Institutos de pesquisas barrados na Justiça apresentam nova rodada de apurações de intenções de votos dos eleitores para a sucessão estadual na Bahia. E para escapar da decisão judicial estão recorrendo a artimanhas visando macular a confiabilidade das pesquisas.

O Instituto Opnus registrou outro questionário no sistema do TSE, na tentativa de escapar da decisão judicial após ter uma nova pesquisa sobre a disputa pelo Governo da Bahia impugnada pela Justiça. A pesquisa foi barrada devido a irregularidades no método utilizado para medir as intenções de votos dos baianos nas eleições de 2 de outubro.

Liminar concedida pela desembargadora eleitoral Arali Maciel Duarte, no dia 29 de julho, por solicitação do partido União Brasil, resultou na suspensão da divulgação dos resultados da sondagem eleitoral realizada pela Opnus.

Na decisão, a magistrada destaca as falhas da pesquisa. “Realmente, não se verifica indicação de fonte pública dos dados utilizados, em afronta ao art. 2º, IV, da Resolução TSE nº 23.600/19, o que guarda aptidão para macular a confiabilidade da pesquisa, já que dados estatísticos devem ter matrizes oficiais, cuja fidedignidade é presumida”, afirmou a magistrada em sua decisão.

Curiosamente, a pesquisa foi encomendada pela emissora de rádio Salvador FM, controlada pelo superintendente da Bahiatursa, Diogo Medrado, filho do ex-deputado Marcos Medrado, aliado do governador Rui Costa (PT).

Os advogados do União Brasil também detectaram mais duas fragilidades na pesquisa da Opnus além da ausência de fonte pública de dados. Observaram a discrepância entre a quantidade de entrevistados e a população das mesorregiões da Bahia, o que pode resultar em distorção da amostra, e a falta de registro do estatístico responsável pela sondagem no conselho regional da categoria. Antes, o levantamento de dados da Opnus estava a cargo de uma ex-assessora parlamentar do deputado petista Zé Neto, Lorena Maurícia Neris Silva.

Já a Atlasintgel registrou mais uma sondagem, prevista para ser divulgada no próximo dia 5. Este instituto também sofreu problemas na Justiça por utilizar formato de enquete digital para divulgar pesquisa sobre a corrida pelo governo baiano. Dessa vez, os questionários da Atlasintel trazem artifícios que podem servir para induzir respostas dos eleitores. Nos cenários para governador, os nomes dos candidatos são associados aos respectivos partidos, prática fora do padrão usual. De modo contrário, os presidenciáveis não foram ligados às suas siglas.