O crescimento dos evangélicos no Brasil indica que o país caminha para o conservadorismo, mesmo com a mudança do perfil das pessoas que resolvem frequentar estes templos, que apresentam comportamento mais liberal do que os crentes de há 30 anos.

É visível o crescimento dos protestantes no Brasil. O número de templos aumenta exponencialmente, quando comparada à expansão da igreja católica. Em 1970, apenas 5% da população brasileira se declaravam evangélica. Hoje, estima-se que mais de 30% da população professa esta fé.

Estima-se que o Brasil terá 78 milhões de evangélicos em dois anos. Numa projeção modesta, mais de 50 milhões deles vão votar na próxima eleição presidencial. É uma montanha de votos que tem o poder de decidir o vitorioso no pleito.

Na última década foram abertos cinco mil templos evangélicos por ano – ou aproximadamente 50 mil destes espaços. Uma multidão disposta a ouvir o que os pastores têm a dizer sobre a Bíblia. Os políticos têm outros interesses: saber para onde estes rebanhos são conduzidos.

Tradicionalmente, eles escolhem candidatos da direita. Daí o esforço hercúleo da esquerda em cortejá-los e a preocupação da direita em mantê-los na sua área de influência por saber que os crentes tem votos suficientes para impulsionar uma candidatura e implodir outra.

Claro que os crentes não votam todos em candidatos mais conservadores. Estes são os seus preferidos. Mas a esquerda já não é vista como demônios ou recebem a frase: tá amarado ou Deus é mais, quando estes pedem seus votos. Mas a barreira ainda é de difícil escalada. 

Bandeiras defendidas pela esquerda não são bem compreendidas pelos protestantes. Ou melhor: são rejeitadas, mesmo com a chegada de crentes mais esclarecidos. Enquanto não falarem a mesma língua, o apoio dos crentes para candidatos da esquerda será pontual

Os livros sagrados para os protestantes, a Bíblia; e para os esquerdistas, O Capital, são como água e óleo: não se misturam. Cristo e Marx podem até se cumprimentar, mas não falam a mesma língua, nem frequentam o mesmo púlpito.

Por Batista Cruz

https://www.facebook.com/batista.cruz.33