Após trabalhar por quatro anos numa barraca de lanches em frente ao Hospital Estadual da Criança (HEC), Lindinalva dos Santos Ferreira inicialmente foi uma das contempladas para ocupar um dos quiosques construídos pela Secretaria Estadual de Saúde no local, dentro do projeto de requalificação da unidade hospitalar. Lindinalva participou das reuniões, foi selecionada, pagou documentos de arrecadação e chegou inclusive a receber a chave de um dos quiosques. Mas para sua surpresa, soube no dia da inauguração que havia outra pessoa no seu lugar.
"O pessoal do HEC esteve no local, fez o levantamento de dados, quando foi no final de fevereiro teve uma reunião com o pessoal da Sesab e do HEC, para poder fazer um sorteio dos quiosques que já estavam prontos. Eu fui sorteada, peguei o box numero 5, recebi as chaves, assinei os termos de contrato e eles entregaram os boletos do DAG para fazer o pagamento dos meses de março, abril e maio. Quando saímos da reunião, umas 5 horas da tarde, eles ligaram para devolvermos as chaves, pois ainda estava sem energia e sem água e não poderíamos fazer a mudança, sair das barracas para ir para os quiosques", exlica Lindinalva.
"A partir daí ficamos aguardando a inauguração. No mês de maio teve a inauguração, e para minha surpresa meu nome não estava na lista. Tiraram meu nome da lista e no lugar colocou outra pessoa. No mesmo dia da inauguração fez o cadastramento dessa moça e a chefe da Sesab falou que eu tinha pago os DAGs indevidamente, que eu não havia sido contemplada", completou.
A comerciante diz que também já está adotando providências jurídicas. Inclusive já acionou a Defensoria Pública. "Quero só meu local de trabalho. É dali que sobrevivo. Dali que tiro meu pão de cada dia". Ela diz ainda que a falta de critério também prejudicou outras pessoas com mais tempo de trabalho no local do que ela. "Outras pessoas mais antigas lá sequer foram contempladas".