O documentário “Caminhada tupinambá”, em um mergulho profundo de cabeça numa das maiores manifestações indígenas da Bahia, que é a caminhada deste povo que chegou antes das caravelas ao sul do estado e trava uma luta secular para reaver suas terras demarcadas ao longo dos séculos por cercas de fazendas.

O filme, de 20 minutos, vai ser lançado nesta sexta-feira 24, às 18h30, no Museu de Arte Contemporânea da Bahia, em Salvador. O tempo é suficiente para que os problemas enfrentados pelos tupinambás sejam entendidos com todas suas nuances. A gravação foi feita em 12 dias e a pós-produção demando mais oito dias para ser finalizada. 

O resultado é um filme denso, com narrações fortes feitas pela cacica Marli Tupinambá, impactantes, na avaliação do codiretor, o feirense Arivaldo Públio.  “Resolvi que para mostrar o que pretendia, fique este período na aldeia, numa agradável e proveitosa convivência com os índios”. A aldeia Itapoã fica no município de Olivença, sul do estado.

Ele disse que, com os companheiros de empreitada, vão escolher uma data para lançar a obra em Feira de Santana.

A cacica destaca a luta para reaver o manto sagrado, já devolvido pelo governo dinamarquês, de penas vermelhas da ave chamada guará, que estava em um museu da Dinamarca, e fora levado para a Europa provavelmente no século XVI. A peça sagrada está no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, enquanto instalações adequadas para recebe-lo não são construídas na Bahia. 

Outros dez mantos estão espalhados por museus de vários países. A luta vai continuar para a recuperação de todos. O documentário recebeu financiamento de incentivo estadual à cultura por meio da Lei Paulo Gustavo.

(Por: Batista Cruz/https://www.facebook.com/batista.cruz.33)