Com os aprovados abaixo do piso da categoria, professores da rede pública estadual na Bahia começam a perceber a diferença entre os discursos e a prática nos governos do PT. E o resultado se torna ainda maior quando cai a ficha de que justamente a APLB Sindicato da categoria também os enganou e se manteve omissa ao longo dos 17 anos do governo petista, demonstrando conveniência e alinhamento político-partidário com seu algoz. E, agora, professores da rede pública municipal também já estão em alerta e não querem que o mesmo aconteça com a categoria em Feira de Santana.

Aposentada após longos anos de muito trabalho, a professora “D”, cujo nome preferiu manter-se em anonimato, teve uma vida toda dedicada ao Magistério e fez da profissão um sacerdócio, sendo referência como docente na rede pública estadual baiana. Exerceu a profissão já com o diploma de nível superior, algo não tão comum à época quando muitos docentes vêm dos cursos técnicos de magistério.

Aos 85 anos, entretanto, a professora apostou amarga os dissabores de conviver com um governo petista que não valoriza os professores, mesmo com o governador também sendo professor, e muito menos cumpre as leis que estipulam o pagamento do piso salarial da categoria e de todas as vantagens acumuladas ao longo de uma vida inteira dedicada ao trabalho, os quinquênios e progressões.

Desiludida, a aposentada se sente enganada e guarda profundas mágoas de um grupo formado exclusivamente por políticos de carreira que se apoderaram de uma sigla partidária que leva o nome de “trabalhador” (PT) com o único objetivo de conquistar o apoio popular e lutar a todos. 

E a tristeza desta aposentada, que se reflete em todos os demais professores aposentados do Estado, aumenta ainda mais quando ela percebe que as contas de final de mês, com alimentação, vestuário e o uso de diversos medicamentos, inclusive de controlados em função da depressão com a qual passou a conviver razoavelmente por se sentir traída pelo PT, que achou seu salário ao longo de 17 anos no Governo da Bahia, não fecham com ela uma aposentadoria de apenas pouco mais de R$ 2.000,00 referente a dois turnos de trabalho e já com todas as gratificações baratas, quando o piso nacional inicial da categoria determinada pelo MEC é de R$ 4.580,57.

Este, entretanto, não é um caso isolado. Aliás, tem sido um padrão, uma regra para o Governo do PT tratar trabalhadores e aposentados. Basta ver a publicação recente no Diário Oficial do Estado de mais uma aposentadoria com um professorado vencimento de R$ 1.092,27 e junto com outros benefícios recebeu um total de R$ 2.000,82, algo bem abaixo do que está previsto em lei. Um dos aposentados teve a publicação da aposentadoria exposta nas redes sociais como forma de protesto. Veja foto neste material.